César
10-10-09, 23:46
O que vai ter de atleta morto/sequestrado não vai ser brincadeira... Nem no ar estão mais seguros.
http://forum.contatoradar.com.br/style_emoticons/default/thumbsdown_still.png)
Rio - Dos pilotos que mudaram a rota de aviões na sexta-feira por causa de tiroteio nos morros Chapéu Mangueira e da Babilônia, no Leme, conforme O DIA mostrou ontem com exclusividade, pelo menos um viu balas traçantes cruzando o céu da região. Com medo de ser atingido, pediu à torre de controle do Aeroporto Santos Dumont para fazer trajeto alternativo para chegar ao Centro.
Segundo o diretor técnico e especialista em segurança de vôos do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, Ronaldo Jenkins, o piloto de um Boeing 737 da Varig, em manobra sobre a Enseada de Botafogo para aterrissar na pista 02, ficou assustado ao avistar projéteis vermelhos riscando o céu e pediu permissão à torre para mudar a direção do corredor de aproximação. A torre, então, de acordo com registro no livro de controle, autorizou o pouso por Niterói.
“O piloto viu a luminosidade das balas, que chamava muita atenção, e não se sentiu confortável para fazer a manobra pela Enseada de Botafogo. Não houve outros pedidos de desvio pelo mesmo motivo, mas outras companhias podem ter feito o trajeto do avião da Varig, já que esse procedimento é tão normal que nem é reportado pelas empresas”, afirmou Jenkins.
No livro da torre, foi registrado sexta-feira que aeronaves pediram para alterar o trajeto por causa dos tiroteios no Leme — que duraram quatro dias. Entre os aviões estava o Boeing 737 da Gol em que viajava o apresentador Jô Soares. Segundo ele contou em seu programa, terça-feira, o vôo demorou 30 minutos a mais por causa da mudança de rota. O sindicato desconhece a alteração desse vôo.
Apesar de ter confirmado terça-feira a alteração no percurso da Gol, ontem, a Infraero negou que outros pousos tenham sido feitos via Niterói por causa do tiroteio.
O professor Ronaldo Leão, do Núcleo de Estudos Estratégicos da UFF (Universidade Federal Fluminense), especializado em projéteis, disse que a bala traçante pode derrubar uma aeronave de grande porte. “Dependendo da altitude do avião, esse tipo de munição pode atingir uma turbina, por exemplo, e, devido às misturas dos materiais acoplados junto às cápsulas, que são incandescentes, pode causar incêndio e conseqüências catastróficas”, justificou Leão.
Ainda segundo o especialista, ao iniciar descida para pouso, as aeronaves ficam entre aproximadamente 100 e 200 metros de altitude. Um arma como fuzil, por exemplo, tem poder de alcance de até 1.500 metros.
A preocupação que vem do céu assusta passageiros da ponte aérea. “Depois de sermos diariamente reféns na terra, passamos a ser no céu. É absurdo o ponto que chegamos”, desabafou a economista carioca Vanessa Nascimento, 28 anos.
O governador Sérgio Cabral não comentou o risco às aeronaves. Apenas disse que a polícia está desarmando os bandidos: “O combate à criminalidade vai continuar. Essa é a nossa decisão”.
A Gol e a Varig não se pronunciaram sobre o caso. Já a TAM negou que aeronaves tenham alterado rota.
Desvio de tiros também no Tom Jobim
Há pouco mais de um ano, segundo o especialista em aviação Ronaldo Jenkins, outro piloto de avião que ia pousar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, também viu balas traçantes sobre favela em Caxias (provavelmente a do Lixão) e avisou à torre. “Balas traçantes assustam, porque não tem como o piloto dimensionar a distância dos projéteis”, explica.
Ronaldo Leão disse que as balas traçantes, que chegaram ao Rio após serem usadas na Guerra do Golfo, no início dos anos 90, são utilizadas por bandidos para causar mais efeito psicológico. “São projéteis caros e mais leves. Traficantes costumam usá-los, em geral, como efeito mais plástico que objetivo”, explicou.
Jô Soares também contou que aeromoça comentou que, quarta-feira da semana passada, outro vôo da ponte aérea chegou a ser cancelado porque o avião estava com furos na fuselagem causados por projéteis.
Ronaldo Jenkins acha pouco provável. Segundo ele, o material que compõe a estrutura dos aviões, principalmente vidros, é muito resistente, capaz de suportar, por exemplo, chuva de granizo a 800 km/h. “Tiro disparado de longa distância certamente não teria força suficiente para atravessar a fuselagem”, ressaltou.
No Santos Dumont, os passageiros comentaram a situação. O consultor Renato Okano, 44, ironizou: “Agora, até para sair da cidade de avião é perigoso”. Já o analista de sistema Ricardo Prata, 28, disse que não se surpreende mais com a violência: “Nem saio do hotel
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Rio - Dos pilotos que mudaram a rota de aviões na sexta-feira por causa de tiroteio nos morros Chapéu Mangueira e da Babilônia, no Leme, conforme O DIA mostrou ontem com exclusividade, pelo menos um viu balas traçantes cruzando o céu da região. Com medo de ser atingido, pediu à torre de controle do Aeroporto Santos Dumont para fazer trajeto alternativo para chegar ao Centro.
Segundo o diretor técnico e especialista em segurança de vôos do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, Ronaldo Jenkins, o piloto de um Boeing 737 da Varig, em manobra sobre a Enseada de Botafogo para aterrissar na pista 02, ficou assustado ao avistar projéteis vermelhos riscando o céu e pediu permissão à torre para mudar a direção do corredor de aproximação. A torre, então, de acordo com registro no livro de controle, autorizou o pouso por Niterói.
“O piloto viu a luminosidade das balas, que chamava muita atenção, e não se sentiu confortável para fazer a manobra pela Enseada de Botafogo. Não houve outros pedidos de desvio pelo mesmo motivo, mas outras companhias podem ter feito o trajeto do avião da Varig, já que esse procedimento é tão normal que nem é reportado pelas empresas”, afirmou Jenkins.
No livro da torre, foi registrado sexta-feira que aeronaves pediram para alterar o trajeto por causa dos tiroteios no Leme — que duraram quatro dias. Entre os aviões estava o Boeing 737 da Gol em que viajava o apresentador Jô Soares. Segundo ele contou em seu programa, terça-feira, o vôo demorou 30 minutos a mais por causa da mudança de rota. O sindicato desconhece a alteração desse vôo.
Apesar de ter confirmado terça-feira a alteração no percurso da Gol, ontem, a Infraero negou que outros pousos tenham sido feitos via Niterói por causa do tiroteio.
O professor Ronaldo Leão, do Núcleo de Estudos Estratégicos da UFF (Universidade Federal Fluminense), especializado em projéteis, disse que a bala traçante pode derrubar uma aeronave de grande porte. “Dependendo da altitude do avião, esse tipo de munição pode atingir uma turbina, por exemplo, e, devido às misturas dos materiais acoplados junto às cápsulas, que são incandescentes, pode causar incêndio e conseqüências catastróficas”, justificou Leão.
Ainda segundo o especialista, ao iniciar descida para pouso, as aeronaves ficam entre aproximadamente 100 e 200 metros de altitude. Um arma como fuzil, por exemplo, tem poder de alcance de até 1.500 metros.
A preocupação que vem do céu assusta passageiros da ponte aérea. “Depois de sermos diariamente reféns na terra, passamos a ser no céu. É absurdo o ponto que chegamos”, desabafou a economista carioca Vanessa Nascimento, 28 anos.
O governador Sérgio Cabral não comentou o risco às aeronaves. Apenas disse que a polícia está desarmando os bandidos: “O combate à criminalidade vai continuar. Essa é a nossa decisão”.
A Gol e a Varig não se pronunciaram sobre o caso. Já a TAM negou que aeronaves tenham alterado rota.
Desvio de tiros também no Tom Jobim
Há pouco mais de um ano, segundo o especialista em aviação Ronaldo Jenkins, outro piloto de avião que ia pousar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, também viu balas traçantes sobre favela em Caxias (provavelmente a do Lixão) e avisou à torre. “Balas traçantes assustam, porque não tem como o piloto dimensionar a distância dos projéteis”, explica.
Ronaldo Leão disse que as balas traçantes, que chegaram ao Rio após serem usadas na Guerra do Golfo, no início dos anos 90, são utilizadas por bandidos para causar mais efeito psicológico. “São projéteis caros e mais leves. Traficantes costumam usá-los, em geral, como efeito mais plástico que objetivo”, explicou.
Jô Soares também contou que aeromoça comentou que, quarta-feira da semana passada, outro vôo da ponte aérea chegou a ser cancelado porque o avião estava com furos na fuselagem causados por projéteis.
Ronaldo Jenkins acha pouco provável. Segundo ele, o material que compõe a estrutura dos aviões, principalmente vidros, é muito resistente, capaz de suportar, por exemplo, chuva de granizo a 800 km/h. “Tiro disparado de longa distância certamente não teria força suficiente para atravessar a fuselagem”, ressaltou.
No Santos Dumont, os passageiros comentaram a situação. O consultor Renato Okano, 44, ironizou: “Agora, até para sair da cidade de avião é perigoso”. Já o analista de sistema Ricardo Prata, 28, disse que não se surpreende mais com a violência: “Nem saio do hotel