fredericoelias
25-04-11, 09:51
Bem, como alguns sabem, tenho uma Fazer YS250 ano 2008. Depois de revisar e conseguir fazer a troca dos 2 recalls, decidi enfrentar minha primeira viagem de moto. O destino, Fortaleza a Tauá, terra da minha esposa. A viagem é feita geralmente pela BR 020, mas pela quantidade de buracos no início da estrada, fui um trecho de 60km pela estrada de Maranguape, a CE-065. Não sei como contar isso, mas vamos lá.
Primeiro: a preparação
De início, fiz a revisão completa da moto, com a troca de óleo e das pastilhas de freio dianteiras e vacina nos pneus. Depois, fui pensar como iria vestido. Acabei pegando uma jaqueta do meu pai, de moleton grosso, com um ziper que ia até o pescoço. Comprei uma daquelas luvas de pedreiro, de tecido com a palma de borracha. Calcei uma bota de vaquejada de couro e coloquei segunda pele + calça jeans, e guardei a capa de chuva na mochila junto com as roupas. Um detalhe da mochila é que ela tem as alças + fecho no peito e na cintura, muito úteis para carregar. Sei que não é um kit muito bom ou recomendado de viagem, mas supriu minhas necessidades. A minha saída foi as 14 horas.
Segundo: os pensamentos
Meus colegas estavam dizendo "Você é louco. Você nunca viajou de moto. Não é igual carro!" Conversando com um senhor do meu predio que anda numa Virago, ele me disse que era pra se preocupar com buracos, pois a moto não tinha a estabilidade de um carro; com animais e com o vento dos caminhões. Indo no peito e na raça de quem já anda numa cidade engarrafada e de transito caótico como Fortaleza, resolvi meter as caras.
Terceiro: a Viagem em si.
A emoção de viajar de moto começou quando cheguei efetivamente na estrada. É totalmente diferente. Em algumas cidades, as crianças e até os mais velhos cumprimentam, dão de cabeça para você. O cheiro de mato, de verde e os mais diversos tomam conta de você, aumentando a sensação de liberdade. O primeiro trecho é repleto de pequenas cidades e distritos. Maranguape , Itapebussu e mais 350 distritos pequenos. Lgo ao chegar na BR, passo por Inhuporanga, A entrada de Paramoti, Caridade e chego a Canindé, depois de 120km percorridos. Primeira parada para água e esticar as pernas.
No segundo trecho, logo após Canindé, encontro um homem em uma Honda Tornado, e resolvo ir por perto dele, para não ficar viajando "sozinho". Vamos a um ritmo forte, 120˜140km/h, por um trecho de aproximadamente 40km. Quando estamos cruzando o município de Itatira, no distrito de Cachoeira, avisto um cachorro de longe e reduzo para 40km/h. O companheiro de viagem não reduziu, e acabou atropelando o cachorro e caindo logo em seguida. Ele estava a uns 80km/h e sofreu diversos ralados, mas não quebrou nada aparentemente, Paro, sinalizo a pista e retir a moto dele do meio da estrada. Presto alguns socorros, mas logo chegam vários moradores e curiosos, que o levam para uma casa na beira da estrada. Faço uma oração e decido seguir meu caminho. Cruzo mais 105km, passando por Madalena e chego a Boa Viagem, o local da segunda parada. O prazer em viajar vai estampado em mim: as nunvens do céu mostrando as mais variadas nuances as 4 da tarde, os carcarás e galos de campina em meio ao sertão verde da chuva. Tudo muito bonito e com um cheiro de mato e de chuva que só faltam tirar minha concentração. Ao chegar ao posto em Boa Viagem, a parada para água e banheiro, alongamentos e ligar para a mulher pra dizer que estou vivo. Seguir a estrada.
O terceiro trecho é o mais ruim: a estrada apresenta alguns buracos, não muito fundos, mas o pior é a falta de cidades. São 115km onde você só cruza por um distrito, chamado Cruzeta, que tem um posto de gasolina. Após sair de Boa Viagm, a moto indicou estar na reserva, mas resolvi arriscar a chegar ao meu destino mesmo assim. Foram 115km de estrada ao crepúsculo, com pouca visibilidade e cada vez mais a viseira enchendo de mosquitos. Levei pancada de uns 2 morcegos, mas nada que afetasse alguma coisa. Acabei chegando as 18 horas em ponto, após percorrer 350km.
A VOLTA:
A mesma estrada, e a mesma preparação. Resolvi sair as 9 da manhã do Domingo, para não enfrentar um trânsito muito grande nas estradas. Aabei foi enfrentado uma chuva torrencial por uns 80km/h, que me obrigaram a andar a 40˜60km/h Nada de cansaço, cheguei em casa quase rejuvenescido.
Saldos da Viagem:
Foi muito bom viajar na moto. Senti um pouco de frio na ida ao anoitecer. Descobri que viajar a noite na moto é uma aventura que não pretendo fazer, pois a visibilidade é muito pouca. Na ida gastei 17 litros de gasolina e na volta 14,5. O trecho da ida que fiz enrolando o cabo no fim fez diferença no consumo. A viseira e o blusão ficaram com uma ruma de mosquitos mortos, e a bota apesar de ser de couro, encharcou na chuva. Quando a grana tiver mais folgada vou comprar um kit viagem, de jaqueta, calça e bota impermeável.
A vista do sertão verdinho da chuva, o por-do-sol na estrada, o vento no rosto, a experiência e a liberdade são únicos, totalmente diferente das viagens de carro, e pretendo que essa seja apenas a primeira de muitas viagens na moto. Agora só me falta convencer a esposa (na verdade a minha sogra) para que ela vá comigo e comprar uma máquina fotográfica. Para quem leu tudo isso, que fique com Deus, e que não tenha medo de viajar na sua pequena. Basta ter cuidado, ser previnido e pensar que sempre tera alguém esperando pela sua chegada. Não precisa correr.
Um abraço e fiquem com Deus.
Primeiro: a preparação
De início, fiz a revisão completa da moto, com a troca de óleo e das pastilhas de freio dianteiras e vacina nos pneus. Depois, fui pensar como iria vestido. Acabei pegando uma jaqueta do meu pai, de moleton grosso, com um ziper que ia até o pescoço. Comprei uma daquelas luvas de pedreiro, de tecido com a palma de borracha. Calcei uma bota de vaquejada de couro e coloquei segunda pele + calça jeans, e guardei a capa de chuva na mochila junto com as roupas. Um detalhe da mochila é que ela tem as alças + fecho no peito e na cintura, muito úteis para carregar. Sei que não é um kit muito bom ou recomendado de viagem, mas supriu minhas necessidades. A minha saída foi as 14 horas.
Segundo: os pensamentos
Meus colegas estavam dizendo "Você é louco. Você nunca viajou de moto. Não é igual carro!" Conversando com um senhor do meu predio que anda numa Virago, ele me disse que era pra se preocupar com buracos, pois a moto não tinha a estabilidade de um carro; com animais e com o vento dos caminhões. Indo no peito e na raça de quem já anda numa cidade engarrafada e de transito caótico como Fortaleza, resolvi meter as caras.
Terceiro: a Viagem em si.
A emoção de viajar de moto começou quando cheguei efetivamente na estrada. É totalmente diferente. Em algumas cidades, as crianças e até os mais velhos cumprimentam, dão de cabeça para você. O cheiro de mato, de verde e os mais diversos tomam conta de você, aumentando a sensação de liberdade. O primeiro trecho é repleto de pequenas cidades e distritos. Maranguape , Itapebussu e mais 350 distritos pequenos. Lgo ao chegar na BR, passo por Inhuporanga, A entrada de Paramoti, Caridade e chego a Canindé, depois de 120km percorridos. Primeira parada para água e esticar as pernas.
No segundo trecho, logo após Canindé, encontro um homem em uma Honda Tornado, e resolvo ir por perto dele, para não ficar viajando "sozinho". Vamos a um ritmo forte, 120˜140km/h, por um trecho de aproximadamente 40km. Quando estamos cruzando o município de Itatira, no distrito de Cachoeira, avisto um cachorro de longe e reduzo para 40km/h. O companheiro de viagem não reduziu, e acabou atropelando o cachorro e caindo logo em seguida. Ele estava a uns 80km/h e sofreu diversos ralados, mas não quebrou nada aparentemente, Paro, sinalizo a pista e retir a moto dele do meio da estrada. Presto alguns socorros, mas logo chegam vários moradores e curiosos, que o levam para uma casa na beira da estrada. Faço uma oração e decido seguir meu caminho. Cruzo mais 105km, passando por Madalena e chego a Boa Viagem, o local da segunda parada. O prazer em viajar vai estampado em mim: as nunvens do céu mostrando as mais variadas nuances as 4 da tarde, os carcarás e galos de campina em meio ao sertão verde da chuva. Tudo muito bonito e com um cheiro de mato e de chuva que só faltam tirar minha concentração. Ao chegar ao posto em Boa Viagem, a parada para água e banheiro, alongamentos e ligar para a mulher pra dizer que estou vivo. Seguir a estrada.
O terceiro trecho é o mais ruim: a estrada apresenta alguns buracos, não muito fundos, mas o pior é a falta de cidades. São 115km onde você só cruza por um distrito, chamado Cruzeta, que tem um posto de gasolina. Após sair de Boa Viagm, a moto indicou estar na reserva, mas resolvi arriscar a chegar ao meu destino mesmo assim. Foram 115km de estrada ao crepúsculo, com pouca visibilidade e cada vez mais a viseira enchendo de mosquitos. Levei pancada de uns 2 morcegos, mas nada que afetasse alguma coisa. Acabei chegando as 18 horas em ponto, após percorrer 350km.
A VOLTA:
A mesma estrada, e a mesma preparação. Resolvi sair as 9 da manhã do Domingo, para não enfrentar um trânsito muito grande nas estradas. Aabei foi enfrentado uma chuva torrencial por uns 80km/h, que me obrigaram a andar a 40˜60km/h Nada de cansaço, cheguei em casa quase rejuvenescido.
Saldos da Viagem:
Foi muito bom viajar na moto. Senti um pouco de frio na ida ao anoitecer. Descobri que viajar a noite na moto é uma aventura que não pretendo fazer, pois a visibilidade é muito pouca. Na ida gastei 17 litros de gasolina e na volta 14,5. O trecho da ida que fiz enrolando o cabo no fim fez diferença no consumo. A viseira e o blusão ficaram com uma ruma de mosquitos mortos, e a bota apesar de ser de couro, encharcou na chuva. Quando a grana tiver mais folgada vou comprar um kit viagem, de jaqueta, calça e bota impermeável.
A vista do sertão verdinho da chuva, o por-do-sol na estrada, o vento no rosto, a experiência e a liberdade são únicos, totalmente diferente das viagens de carro, e pretendo que essa seja apenas a primeira de muitas viagens na moto. Agora só me falta convencer a esposa (na verdade a minha sogra) para que ela vá comigo e comprar uma máquina fotográfica. Para quem leu tudo isso, que fique com Deus, e que não tenha medo de viajar na sua pequena. Basta ter cuidado, ser previnido e pensar que sempre tera alguém esperando pela sua chegada. Não precisa correr.
Um abraço e fiquem com Deus.