ubiratamuniz
07-09-06, 14:45
Vamos lá, ao relato (impressões ao pilotar) da Burgman 400... :-D
Muitos torcem o nariz para os scooters, há até mesmo aqueles mais preconceituosos que achem que motoneta é "moto de menininha". Bom, definitivamente este não é o caso do Burgman 400, que é uma motoneta de grande porte, a qual, aliás, não me parece muito adequada para as meninas pelo seu tamanho... :-D Além disso, na Europa esses maxi-scooters são muito comuns e faze muito sucesso, independente do sexo do condutor, sendo uma solução largamente utilizada por aqueles que não tem condições de (ou simplesmente optam por não fazê-lo) bancar um carro (como sabem, na Europa, é raro casas com garagens, e estacionamento é muito, mas muito caro mesmo), já motos tem certa liberdade de parar na rua sem precisar pagar pelo espaço.
No primeiro contato (já tinha visto de perto antes, mas enfim) a Burgman 400 chega a assustar. Ela tem o porte de uma moto de maior cilindrada, (diria aproximadamente o comprimento de uma Shadow 750, embora não tivesse uma do lado para colocar como referência), mas com aquele estilo de motoneta. A frente lembra alguns modelos de esportivas e, no caso dessa que testei, que é do ano 2003 (o último a vir com carburador), as lanternas traseiras lembram - pasmem - alguns modelos da Mercedes-Benz, o que acho aliás bem condizente com a proposta da Burgman de ser um "transporte urbano individual de luxo", como aliás está escrito no emblema no guidão "Burgman - Urban Luxury Commuter". Essa mistura de estilos (esportiva com scooter com Benz :-D ) parece estranha a princípio, mas rapidamente essa estranheza passa e o veículo trasmite uma simpatia, e a principal curiosidade: mas como é andar nela? Cabe lembrar que Burgman, aliás, pode ser traduzido como "homem do burgo", ou seja, "burguês". É uma moto para burguês nenhum botar defeito, com bom conforto, uma "poltrona sobre duas rodas".
http://i91.photobucket.com/albums/k316/ubiratamuniz/motos/burgman400/b400-03.jpg
http://i91.photobucket.com/albums/k316/ubiratamuniz/motos/burgman400/b400-02.jpg
http://i91.photobucket.com/albums/k316/ubiratamuniz/motos/burgman400/b400-01.jpg
Podemos dizer que meu "test-ride" foi bem completo, tanto com o ponto de vista do garupa como do piloto ... aliás, foi a minha primeira vez como garupa em toda a vida... hehe... mas explico isso mais à frente... :-D
O primeiro ponto positivo do modelo é a grande praticidade. Possui um pequeno porta-luvas do lado direito do painel (sim, ela possui um verdadeiro painel, e não só um quadro de instrumentos) , suficiente para levar um telefone celular e dinheiro trocado para pedágio, ou cigarros (para quem fuma), ou uma câmera digital pequena, etc. Nos modelos de 2004 pra cá, são dois desses, um à esquerda e outro à direita, mas neste mais antigo o esquerdo é a tampa do fluido do arrefecimento. Ainda há um "porta-luvas" grande embaixo, mas esse engana um pouco. Nesse modelo da Burgman, apenas metade do porta-luvas é utilizável, sendo a outra metade ocupada pela bateria (que vai pra baixo do banco no modelo 2004-acima, deixando o porta-luvas inteiro á disposição). Mas a grande (e grata) surpresa é mesmo o enorme porta-malas sob o assento, travado com chave. Cabem tranquilamente ali dois capacetes do tipo fechado (normalmente em scooters só cabem capacetes abertos, mas devemos lembrar que este não é um scooter e sim um maxi-scooter :-D) e mais algumas coisinhas. Ou duas malas pequenas para uma viagem de casal de fim de semana (desde que sua esposa/namorada não queira levar o guarda-roupa inteiro). E de quebra ainda há um suporte extra de capacetes para pendurar o capacete na moto quando o porta-malas estiver cheio. Muito prático, inclusive para guardar aquelas jaquetas com proteções não-dobráveis e não ter que ficar carregando ela pra cima e pra baixo (ou pior, ficar vestido com ela) naquelas noites de calor no Terraço.
Agora, cabe citar um pouco sobre os comandos. Não há pedais, como é de praxe em scooters, onde os comandos ficam todos nas mãos. A metade direita é igual a uma moto normal , ou seja, usa-se a manopla direita para acelerar e a manete direita para o freio dianteiro. A surpresa está na manete esquerda. Como não há necessidade de passar as marchas na mão (o câmbio é CVT), a manete esquerda, imagina-se, faz o papel do freio traseiro (como é comum em qualquer scooter). Mas na Burgman 400, não é o caso. É melhor. A manete esquerda, aciona, sim, o freio traseiro, mas CONJUGADO ao dianteiro, já no balanceamento certo. Isso evita aquelas "travadas de roda traseira" tão comuns nos outros scooters, onde o piloto precisa balancear os dois freios. Na Burgman 400, não é necessário, a manete esquerda faz todo o trabalho, e você só usa a direita (do freio dianteiro) quando precisar de um pouco mais de capacidade de frenagem (emergências, por exemplo). Além disso, como scooter não tem "ponto-morto", há um providencial freio de mão. As setas (na manopla esquerda) fogem um pouco do padrão usual das Suzukis (o padrão Suzuki geralmente - pelo menos nas mais populares - é totalmente fora do padrão, com o comando das setas conjugado com luz alta e lampejador, horrível) e segue um pouco mais do padrão "normal" de motos: seta esquerda e direita, aperta para desligar, lampejador à frente da manopla (muito mais prático que o sistema da minha Intruder, principalmente no meio do trânsito), e buzina na posição tradicional. Há ainda o comando dos faróis (alto fixo e baixo). Na manopla direita está o corta-corrente (e acho que o afogador também, como não precisei utilizá-lo não atentei para esse detalhe).
O quadro de instrumentos tem marcador de temperatura da água, marcador do nível do combustível, velocímetro, odômetro digital (total e parcial) e relógio (digital) de horas (muito prático ter um relógio na moto, por sinal). Não tem conta-giros, existente nas de 2004 pra cá, mas este não faz a menor falta e é totalmente desnecessário em uma moto deste tipo.
http://i91.photobucket.com/albums/k316/ubiratamuniz/motos/burgman400/b400-04.jpg
Depois do contato inicial, a hora da primeira volta. Como o condomínio onde estávamos não tinha o espaço nem o piso ideal para o test-ride ser completo, fomos para a QI 29 do Lago Sul para fazer o teste. Como, pelas diferenças em relação a uma moto normal (rodas pequenas, entre-eixos enorme) há certos "macetes" para passar em lombadas por exemplo (precisa passar de lado, como carro rebaixado, ainda mais com um garupa peso-pesado como eu), até a QI 29 fui de garupa.
Apesar de ser um pouco estranho estar "do outro lado" do banco (dizem que os piores garupas são os motociclistas, não estão errados em dizer isso... hehehe) e eu quase ter derrubado a gente umas duas vezes (em uma o escape chegou a raspar no chão, porque o desequilíbrio foi feio), eis o que tenho de dizer a respeito da garupa da Burgman: é extremamente confortável!!! Não chega a ser uma Gold Wing GL1800 (nunca andei em uma, mas imagino que deva ser espetacular, afinal ela não tem um assento ou poltrona, e sim um trono para o carona) mas é bem confortável, só é um pouco estranho montar porque ela é bem alta, mas é questão de hábito. Mesmo andando de garupa, e sendo a estrada ali perto do Jardim Botânico meio acidentada, a absorção dos impactos pela moto foi ótima, nem deu pra perceber que a moto tem rodas aro 13" com o bom amortecimento que a suspensão dá. Ela inclusive é bem silenciosa e dá até para o garupa conversar com o piloto tranquilamente. Isso é complicado no trânsito, infelizmente, mas acho que uma Burgman perderia sua proposta de luxo se tivesse um escape esportivo estralador.
Chegando à QI 29, a hora tão esperada chegou, vou guiar uma Burgman! :-D
A primeira e mais óbvia diferença é a posição de pilotagem. Em uma scooter não se "monta" como em uma moto normal, e sim se "senta". As plataformas de apoio de pé roubam um pouco do espaço que você precisa pra se apoiar no chão, mas é só se habituar que não nota mais. Também estranhei um pouco a altura, já que ela é (bem) mais alta que minha Intruder 250. Como não tem neutro, para dar a partida, precisa-se segurar uma das manetes de freio. Apanhei um pouco, mas o dono me disse que é necessário o descanso lateral (também tem um central) estar recolhido para dar a partida, senão ela também não liga.
Posicionado, sem carros na pista, vou andar! Acelerei aos poucos (afinal estava: de bermuda e chinelo, apenas com o casco como proteção, em uma moto que nunca andei, ainda por cima de desconhecido) para pegar confiança. Devagar (simulando corredor) ela é bem estável, só precisa-se colocar o pé no chão mesmo quando pára. Tomei coragem e acelerei mais. A aceleração dela é IMPRESSIONANTE para um motorzinho monocilíndrico de 400cc. Méritos do câmbio CVT. Só é um pouco estranho (e os motociclistas mais tradicionais vão até mesmo achar "sem sal") acelerar sem ter que passar marcha... uma beleza para os fãs dos câmbios automáticos como eu (que tenho também um carro com câmbio automático). Aliás, o CVT dos scooters tem uma peculiaridade: não é como um câmbio automático de carro, que você percebe as trocas de marcha. É como se a moto simplesmente tivesse só uma marcha, e como o CVT "varia" a relação para o ponto "òtimo", até mesmo a rotação se mantém constante. Daí o conta-giros dos modelos mais novos (inexistente no testado) ser completamente dispensável. Como eu disse, sem graça para alguns, mas eu considero isso apenas um detalhe.
A arrancada dela é bem forte, de "grudar" na poltrona-assento. Rapidinho chega-se aos 120 km/h (não passei disso porque não tive coragem, embora ela "pedisse mais" - a máxima declarada pela Suzuki é de 150 km/h). E os freios (que esqueci de comentar, disco na frente E atrás) são eficientes o suficiente para parar essa motonetona sem traumas. O comportamento em curvas é igual ao de motos comuns (não vou comparar com uma Buell, né?) para pilotos comedidos... não é o tipo de moto para pilotar esportivamente, embora ela não faça feio em arrancada. É moto pra curtir o vento, sem preocupação.
Sei que... gostei. Como a gente diz, "é meu número"... :-D Acho que vai sair negócio. Como esta em particular está em excelentíssimo estado, o preço tá bom, tem procedência (nota fiscal, baixa km, manual com todas as revisões carimbadas, chave reserva, kit de ferramentas original...), acabará não compensando eu ir buscar outra em outro Estado. O que eu gastaria só para trazer uma 2001 de SP (entre viajar pra ver, transportar, transferência de Estado, etc.) , pagaria a diferença de preço pra essa 2003 (que tem uma diferença enorme de preço para uma zero km). Amanhã vou ao banco ver como vai ficar um consignado para a diferença de preço que eu ia pagar (tenho uma graninha guardada), e a Intrudinha está oficialmente à venda.
Desejem-me boa sorte ;-) 8-)
Muitos torcem o nariz para os scooters, há até mesmo aqueles mais preconceituosos que achem que motoneta é "moto de menininha". Bom, definitivamente este não é o caso do Burgman 400, que é uma motoneta de grande porte, a qual, aliás, não me parece muito adequada para as meninas pelo seu tamanho... :-D Além disso, na Europa esses maxi-scooters são muito comuns e faze muito sucesso, independente do sexo do condutor, sendo uma solução largamente utilizada por aqueles que não tem condições de (ou simplesmente optam por não fazê-lo) bancar um carro (como sabem, na Europa, é raro casas com garagens, e estacionamento é muito, mas muito caro mesmo), já motos tem certa liberdade de parar na rua sem precisar pagar pelo espaço.
No primeiro contato (já tinha visto de perto antes, mas enfim) a Burgman 400 chega a assustar. Ela tem o porte de uma moto de maior cilindrada, (diria aproximadamente o comprimento de uma Shadow 750, embora não tivesse uma do lado para colocar como referência), mas com aquele estilo de motoneta. A frente lembra alguns modelos de esportivas e, no caso dessa que testei, que é do ano 2003 (o último a vir com carburador), as lanternas traseiras lembram - pasmem - alguns modelos da Mercedes-Benz, o que acho aliás bem condizente com a proposta da Burgman de ser um "transporte urbano individual de luxo", como aliás está escrito no emblema no guidão "Burgman - Urban Luxury Commuter". Essa mistura de estilos (esportiva com scooter com Benz :-D ) parece estranha a princípio, mas rapidamente essa estranheza passa e o veículo trasmite uma simpatia, e a principal curiosidade: mas como é andar nela? Cabe lembrar que Burgman, aliás, pode ser traduzido como "homem do burgo", ou seja, "burguês". É uma moto para burguês nenhum botar defeito, com bom conforto, uma "poltrona sobre duas rodas".
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http://i91.photobucket.com/albums/k316/ubiratamuniz/motos/burgman400/b400-02.jpg
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Podemos dizer que meu "test-ride" foi bem completo, tanto com o ponto de vista do garupa como do piloto ... aliás, foi a minha primeira vez como garupa em toda a vida... hehe... mas explico isso mais à frente... :-D
O primeiro ponto positivo do modelo é a grande praticidade. Possui um pequeno porta-luvas do lado direito do painel (sim, ela possui um verdadeiro painel, e não só um quadro de instrumentos) , suficiente para levar um telefone celular e dinheiro trocado para pedágio, ou cigarros (para quem fuma), ou uma câmera digital pequena, etc. Nos modelos de 2004 pra cá, são dois desses, um à esquerda e outro à direita, mas neste mais antigo o esquerdo é a tampa do fluido do arrefecimento. Ainda há um "porta-luvas" grande embaixo, mas esse engana um pouco. Nesse modelo da Burgman, apenas metade do porta-luvas é utilizável, sendo a outra metade ocupada pela bateria (que vai pra baixo do banco no modelo 2004-acima, deixando o porta-luvas inteiro á disposição). Mas a grande (e grata) surpresa é mesmo o enorme porta-malas sob o assento, travado com chave. Cabem tranquilamente ali dois capacetes do tipo fechado (normalmente em scooters só cabem capacetes abertos, mas devemos lembrar que este não é um scooter e sim um maxi-scooter :-D) e mais algumas coisinhas. Ou duas malas pequenas para uma viagem de casal de fim de semana (desde que sua esposa/namorada não queira levar o guarda-roupa inteiro). E de quebra ainda há um suporte extra de capacetes para pendurar o capacete na moto quando o porta-malas estiver cheio. Muito prático, inclusive para guardar aquelas jaquetas com proteções não-dobráveis e não ter que ficar carregando ela pra cima e pra baixo (ou pior, ficar vestido com ela) naquelas noites de calor no Terraço.
Agora, cabe citar um pouco sobre os comandos. Não há pedais, como é de praxe em scooters, onde os comandos ficam todos nas mãos. A metade direita é igual a uma moto normal , ou seja, usa-se a manopla direita para acelerar e a manete direita para o freio dianteiro. A surpresa está na manete esquerda. Como não há necessidade de passar as marchas na mão (o câmbio é CVT), a manete esquerda, imagina-se, faz o papel do freio traseiro (como é comum em qualquer scooter). Mas na Burgman 400, não é o caso. É melhor. A manete esquerda, aciona, sim, o freio traseiro, mas CONJUGADO ao dianteiro, já no balanceamento certo. Isso evita aquelas "travadas de roda traseira" tão comuns nos outros scooters, onde o piloto precisa balancear os dois freios. Na Burgman 400, não é necessário, a manete esquerda faz todo o trabalho, e você só usa a direita (do freio dianteiro) quando precisar de um pouco mais de capacidade de frenagem (emergências, por exemplo). Além disso, como scooter não tem "ponto-morto", há um providencial freio de mão. As setas (na manopla esquerda) fogem um pouco do padrão usual das Suzukis (o padrão Suzuki geralmente - pelo menos nas mais populares - é totalmente fora do padrão, com o comando das setas conjugado com luz alta e lampejador, horrível) e segue um pouco mais do padrão "normal" de motos: seta esquerda e direita, aperta para desligar, lampejador à frente da manopla (muito mais prático que o sistema da minha Intruder, principalmente no meio do trânsito), e buzina na posição tradicional. Há ainda o comando dos faróis (alto fixo e baixo). Na manopla direita está o corta-corrente (e acho que o afogador também, como não precisei utilizá-lo não atentei para esse detalhe).
O quadro de instrumentos tem marcador de temperatura da água, marcador do nível do combustível, velocímetro, odômetro digital (total e parcial) e relógio (digital) de horas (muito prático ter um relógio na moto, por sinal). Não tem conta-giros, existente nas de 2004 pra cá, mas este não faz a menor falta e é totalmente desnecessário em uma moto deste tipo.
http://i91.photobucket.com/albums/k316/ubiratamuniz/motos/burgman400/b400-04.jpg
Depois do contato inicial, a hora da primeira volta. Como o condomínio onde estávamos não tinha o espaço nem o piso ideal para o test-ride ser completo, fomos para a QI 29 do Lago Sul para fazer o teste. Como, pelas diferenças em relação a uma moto normal (rodas pequenas, entre-eixos enorme) há certos "macetes" para passar em lombadas por exemplo (precisa passar de lado, como carro rebaixado, ainda mais com um garupa peso-pesado como eu), até a QI 29 fui de garupa.
Apesar de ser um pouco estranho estar "do outro lado" do banco (dizem que os piores garupas são os motociclistas, não estão errados em dizer isso... hehehe) e eu quase ter derrubado a gente umas duas vezes (em uma o escape chegou a raspar no chão, porque o desequilíbrio foi feio), eis o que tenho de dizer a respeito da garupa da Burgman: é extremamente confortável!!! Não chega a ser uma Gold Wing GL1800 (nunca andei em uma, mas imagino que deva ser espetacular, afinal ela não tem um assento ou poltrona, e sim um trono para o carona) mas é bem confortável, só é um pouco estranho montar porque ela é bem alta, mas é questão de hábito. Mesmo andando de garupa, e sendo a estrada ali perto do Jardim Botânico meio acidentada, a absorção dos impactos pela moto foi ótima, nem deu pra perceber que a moto tem rodas aro 13" com o bom amortecimento que a suspensão dá. Ela inclusive é bem silenciosa e dá até para o garupa conversar com o piloto tranquilamente. Isso é complicado no trânsito, infelizmente, mas acho que uma Burgman perderia sua proposta de luxo se tivesse um escape esportivo estralador.
Chegando à QI 29, a hora tão esperada chegou, vou guiar uma Burgman! :-D
A primeira e mais óbvia diferença é a posição de pilotagem. Em uma scooter não se "monta" como em uma moto normal, e sim se "senta". As plataformas de apoio de pé roubam um pouco do espaço que você precisa pra se apoiar no chão, mas é só se habituar que não nota mais. Também estranhei um pouco a altura, já que ela é (bem) mais alta que minha Intruder 250. Como não tem neutro, para dar a partida, precisa-se segurar uma das manetes de freio. Apanhei um pouco, mas o dono me disse que é necessário o descanso lateral (também tem um central) estar recolhido para dar a partida, senão ela também não liga.
Posicionado, sem carros na pista, vou andar! Acelerei aos poucos (afinal estava: de bermuda e chinelo, apenas com o casco como proteção, em uma moto que nunca andei, ainda por cima de desconhecido) para pegar confiança. Devagar (simulando corredor) ela é bem estável, só precisa-se colocar o pé no chão mesmo quando pára. Tomei coragem e acelerei mais. A aceleração dela é IMPRESSIONANTE para um motorzinho monocilíndrico de 400cc. Méritos do câmbio CVT. Só é um pouco estranho (e os motociclistas mais tradicionais vão até mesmo achar "sem sal") acelerar sem ter que passar marcha... uma beleza para os fãs dos câmbios automáticos como eu (que tenho também um carro com câmbio automático). Aliás, o CVT dos scooters tem uma peculiaridade: não é como um câmbio automático de carro, que você percebe as trocas de marcha. É como se a moto simplesmente tivesse só uma marcha, e como o CVT "varia" a relação para o ponto "òtimo", até mesmo a rotação se mantém constante. Daí o conta-giros dos modelos mais novos (inexistente no testado) ser completamente dispensável. Como eu disse, sem graça para alguns, mas eu considero isso apenas um detalhe.
A arrancada dela é bem forte, de "grudar" na poltrona-assento. Rapidinho chega-se aos 120 km/h (não passei disso porque não tive coragem, embora ela "pedisse mais" - a máxima declarada pela Suzuki é de 150 km/h). E os freios (que esqueci de comentar, disco na frente E atrás) são eficientes o suficiente para parar essa motonetona sem traumas. O comportamento em curvas é igual ao de motos comuns (não vou comparar com uma Buell, né?) para pilotos comedidos... não é o tipo de moto para pilotar esportivamente, embora ela não faça feio em arrancada. É moto pra curtir o vento, sem preocupação.
Sei que... gostei. Como a gente diz, "é meu número"... :-D Acho que vai sair negócio. Como esta em particular está em excelentíssimo estado, o preço tá bom, tem procedência (nota fiscal, baixa km, manual com todas as revisões carimbadas, chave reserva, kit de ferramentas original...), acabará não compensando eu ir buscar outra em outro Estado. O que eu gastaria só para trazer uma 2001 de SP (entre viajar pra ver, transportar, transferência de Estado, etc.) , pagaria a diferença de preço pra essa 2003 (que tem uma diferença enorme de preço para uma zero km). Amanhã vou ao banco ver como vai ficar um consignado para a diferença de preço que eu ia pagar (tenho uma graninha guardada), e a Intrudinha está oficialmente à venda.
Desejem-me boa sorte ;-) 8-)