Sabedoria
23-11-06, 11:17
Muito se fala sobre o real rendimento de determinada moto, se esta anda mais ou menos que outra. Na verdade a velocidade máxima de cada marcha e logicamente a velocidade final de qualquer veiculo automotor é delimitado por condições mecânicas imutáveis sem a alteração e/ou troca de peças do veiculo. A velocidade alcançada por uma moto é um calculo simples, baseado na relação entre rotação do motor, relação primária (no virabrequim), relação final (coroa e pinhão), relação de cambio e finalmente a circunferência do pneu de tração.
Ao se alterar a relação de uma moto, alongando-a (com o uso de coroa menor ou pinhão maior), ou encurtando-a (com o uso de coroa maior ou pinhão menor), busca-se se adequar à utilização da moto a um determinado perfil de desempenho ou economia já que a uma mesma rotação do motor a moto estará em uma velocidade maior ou menor respectivamente. No caso da necessidade de encurtamento da relação (em motos para trilha, por exemplo), os resultados são imediatos, mas em contrapartida o alongamento da relação só resultará em aumento de velocidade final se o motor tiver potencia para isto. Sem a alteração da potencia do motor o alongamento de relação deverá ser mínimo, pois de outra forma não alcançaríamos mais a rotação máxima original em ultima marcha, diminuindo a velocidade final, embora em baixas velocidades possa existir uma redução do consumo de combustível.
Tomando como exemplo uma EN 125 YES (porque tenho o manual com os dados necessários), tem-se os seguintes dados: relação primária - 3.470 (59/17), relação final - 3.071 (43/14), relação do cambio em 5° marcha - 0,956 (22/23), e circunferência do pneu de 1856 mm (obtida através de medição, pois o calculo sobre as medidas de pneu e roda não são iguais para todos os fabricantes de pneu). De qualquer forma segue formula para calcular-se esta circunferência:
Pneu 90/90 18 (90 mm de largura, 90 % de 90 mm de altura (81,0 mm) para ser usado em rodas de 18”
Roda 18 “ = 18 x 25,4 = 457,2 mm
O diâmetro total roda mais pneu será: 457,2 mm + 81,0 mm + 81,0 mm = 619,2 mm
A formula de circunferência é 3,1415 x o diâmetro, ou seja: 3,1415 x 619,2mm = 1945,27 mm (para cada volta da roda a distancia percorrida será de 1,94527 metros).
A formula para calcular-se a velocidade segue abaixo:
RPM x circunferência do pneu x 0,06
V =
Relação primaria x relação final x relação do cambio
No caso da YES em 5° marcha a 10000 rpm seria:
V= 10000 x 1.856 x 0,06 = 1113,6 = 109,315 km/h.
3,470 x 3,071 x 0,956 10,187
No caso de trocar-se a relação final por uma coroa de 42 dentes fica como segue:
V= 10000 x 1.856 x 0,06 = 1113,6 = 111,897 km/h
3,470 x 3,0 x 0,956 9,95196
Esta formula serve para qualquer moto, bicicleta ou automóvel desde que utilizados os dados específicos de cada veiculo. Como se pode notar, o ganho em velocidade final foi pequeno. Para um incremento maior de velocidade, com a utilização de uma coroa ainda menor, sem prejuízo na dirigibilidade da moto torna-se necessário o aumento de potencia do motor. O problema é que o aumento de velocidade não é diretamente proporcional ao aumento de potencia, devido ao maior arrasto aerodinâmico, atrito, geração de calor, etc. conforme demonstrado na formula abaixo:
P2 =P1 x (V2 / V1)³ onde P1 é a potencia atual, P2 é a potencia necessária para se atingir a velocidade desejada, V1 é a velocidade máxima atual e V2 a velocidade máxima desejada.
Como exemplo, vamos utilizar um automóvel moderno que tenha aproximadamente 100 CV e atinja a velocidade de 185 km/h. Como eu sou louco, gostaria de atingir uma velocidade de 400 km/h com o mesmo carro então:
P2 = 100 x (400/185)³ = 1010 CV. Como se pode notar, apesar de querer atingir pouco mais do que o dobro da velocidade atual, a potencia necessária para tal é 10 vezes maior que a atual. Como exemplo, esta é a potencia de um Bugatti Veyron, que realmente atinge 400 km/h.
Isto posto, torna-se simples calcular a real velocidade atingida por sua moto. Pode-se também, em motos sem conta giros, desde que se saiba a velocidade real da moto, calcular em que giro vc esta e se é possível forçar um pouco mais ou se já se chegou no limite maximo de utilização com segurança. Imaginemos que vc queira chegar a uma velocidade real, com relação original a 140 km/h:
140 km/h = RPM x 1856 x 0,06 140 km/h = RPM x 0,01093 RPM = 12808,9 RPM
10,187
Se a sua moto 125 com potencia original e relação também original bate 140 km/h de final, ou o seu velocímetro é parente do pinoquio, ou vc tem uma moto que consegue atingir quase 13000 RPM sem flutuar válvulas. Que sorte heim..
Ao se alterar a relação de uma moto, alongando-a (com o uso de coroa menor ou pinhão maior), ou encurtando-a (com o uso de coroa maior ou pinhão menor), busca-se se adequar à utilização da moto a um determinado perfil de desempenho ou economia já que a uma mesma rotação do motor a moto estará em uma velocidade maior ou menor respectivamente. No caso da necessidade de encurtamento da relação (em motos para trilha, por exemplo), os resultados são imediatos, mas em contrapartida o alongamento da relação só resultará em aumento de velocidade final se o motor tiver potencia para isto. Sem a alteração da potencia do motor o alongamento de relação deverá ser mínimo, pois de outra forma não alcançaríamos mais a rotação máxima original em ultima marcha, diminuindo a velocidade final, embora em baixas velocidades possa existir uma redução do consumo de combustível.
Tomando como exemplo uma EN 125 YES (porque tenho o manual com os dados necessários), tem-se os seguintes dados: relação primária - 3.470 (59/17), relação final - 3.071 (43/14), relação do cambio em 5° marcha - 0,956 (22/23), e circunferência do pneu de 1856 mm (obtida através de medição, pois o calculo sobre as medidas de pneu e roda não são iguais para todos os fabricantes de pneu). De qualquer forma segue formula para calcular-se esta circunferência:
Pneu 90/90 18 (90 mm de largura, 90 % de 90 mm de altura (81,0 mm) para ser usado em rodas de 18”
Roda 18 “ = 18 x 25,4 = 457,2 mm
O diâmetro total roda mais pneu será: 457,2 mm + 81,0 mm + 81,0 mm = 619,2 mm
A formula de circunferência é 3,1415 x o diâmetro, ou seja: 3,1415 x 619,2mm = 1945,27 mm (para cada volta da roda a distancia percorrida será de 1,94527 metros).
A formula para calcular-se a velocidade segue abaixo:
RPM x circunferência do pneu x 0,06
V =
Relação primaria x relação final x relação do cambio
No caso da YES em 5° marcha a 10000 rpm seria:
V= 10000 x 1.856 x 0,06 = 1113,6 = 109,315 km/h.
3,470 x 3,071 x 0,956 10,187
No caso de trocar-se a relação final por uma coroa de 42 dentes fica como segue:
V= 10000 x 1.856 x 0,06 = 1113,6 = 111,897 km/h
3,470 x 3,0 x 0,956 9,95196
Esta formula serve para qualquer moto, bicicleta ou automóvel desde que utilizados os dados específicos de cada veiculo. Como se pode notar, o ganho em velocidade final foi pequeno. Para um incremento maior de velocidade, com a utilização de uma coroa ainda menor, sem prejuízo na dirigibilidade da moto torna-se necessário o aumento de potencia do motor. O problema é que o aumento de velocidade não é diretamente proporcional ao aumento de potencia, devido ao maior arrasto aerodinâmico, atrito, geração de calor, etc. conforme demonstrado na formula abaixo:
P2 =P1 x (V2 / V1)³ onde P1 é a potencia atual, P2 é a potencia necessária para se atingir a velocidade desejada, V1 é a velocidade máxima atual e V2 a velocidade máxima desejada.
Como exemplo, vamos utilizar um automóvel moderno que tenha aproximadamente 100 CV e atinja a velocidade de 185 km/h. Como eu sou louco, gostaria de atingir uma velocidade de 400 km/h com o mesmo carro então:
P2 = 100 x (400/185)³ = 1010 CV. Como se pode notar, apesar de querer atingir pouco mais do que o dobro da velocidade atual, a potencia necessária para tal é 10 vezes maior que a atual. Como exemplo, esta é a potencia de um Bugatti Veyron, que realmente atinge 400 km/h.
Isto posto, torna-se simples calcular a real velocidade atingida por sua moto. Pode-se também, em motos sem conta giros, desde que se saiba a velocidade real da moto, calcular em que giro vc esta e se é possível forçar um pouco mais ou se já se chegou no limite maximo de utilização com segurança. Imaginemos que vc queira chegar a uma velocidade real, com relação original a 140 km/h:
140 km/h = RPM x 1856 x 0,06 140 km/h = RPM x 0,01093 RPM = 12808,9 RPM
10,187
Se a sua moto 125 com potencia original e relação também original bate 140 km/h de final, ou o seu velocímetro é parente do pinoquio, ou vc tem uma moto que consegue atingir quase 13000 RPM sem flutuar válvulas. Que sorte heim..