Bom galera, no último final de semana eu estava andando aqui em Sorocaba com a minha FYM FY250, quando de repente vi duas motoquinhas num terrenão paradas em baixo de uma tenda de praia com dois vendendores e um adolescente dando uma volta em uma delas, na hora percebi que era para test drive e não tive dúvidas: parei e pedi para andar. Eles primeiro me apresentaram aqueles dois modelos, da marca Motor-Z, um era do tipo Vespa dos anos 20, mas bem encolhida, tinha apenas um assento e rodas aro 10, tão leve que á possível tirá-la do chão com as duas rodas. Tinha potência de 500 W (algo em torno de 0,7 cv). A aparência é muito legal, o acabamento excelente e a motoquinha muito bonita, apesar de parecer mais um brinquedo de adolescente. Depois eles me apresentaram o outro modelo, de impressionantes 1000 W (eles falam 1000 cilindradas!!!), algo em torno de 1,3 cv (só para comparar a lendária Yamaha Jog tinha 1,4 cv de potência). Este modelo de 1000 W é composto de dois motores de 500 W, e o mais interessante é que cada motor é conectado a uma roda, ou seja, ela tem tração dianteira e traseira. Ela tem um porte quase de uma Burgman 125, o banco é para duas pessoas, e a aperência é razoável, apenas a lanterna traseira tem um jeitão chinês tipo das motos da Dafra. As rodas aro 12 são com pneu estreito, para diminuir o atrito. Primeiro testei essa de 1000 W, na saída achei estranho, a potência era demasiadamente fraca, na primeira volta parei e o rapaz disse que daquele jeito só o motor de trás estava funcionando, daí ele ligou num botão no painel o motor da frente e eu saí novamente. Aí foi outra coisa, andou até que bem (lógico que nem se compara a uma biz ou qualquer outra a gasolina), na descida marcou quase 50 km/h e poderia mais se tivesse mais pista.
É muito estranho o rodar sem barulho (na verdade ela faz um pouquinho só de barulho, mais na arrancada). A arrancada é bem suave e é onde se sente a maior potência do motor, que não tem tranmissão, ou seja, é conectado diretamente no eixo da roda. à medida que ganha velocidade, o torque diminui, é algo totalmente diferente de um motor à gasolina, onde normalmente o torque aumenta conforme os giros do motor.
Depois andei na Vespinha, logo imaginei que seria decepcionante os apenas 500 W, mas me surpreendi, pois ela é bem mais leve do que o modelo de 1000 W então mesmo com 500 W éla é apenas um pouco mais lerda do que a de 1000 W.
É uma experiência que recomendo a todos, pena que em Sorocaba tenha muitas ladeiras, o que prejudica o uso destas motonetas elétricas, mas com o desenvolver delas e ganhando potência, com certeza vai fazer sucesso.Segundo o vendedor, ano que vem chegará um modelo de 1500 W (2 cv).
Vejam os pontos fortes e fracos que eu achei neste tipo de moto:
Pontos fracos:
- Autonomia de apenas 40 km (pode chegar a 50 ou 60, pois nas descidas ela vai no embalo, se não acelerar ela não gasta energia);
- Aparência frágil (economizam ao máximo para diminuir o peso, algunas partes ficam muito frágeis)
- Pouca potência (na minha opinião, só o modelo de 1000 W tem alguma condição de enfrentar ruas com outros veículos, a de 500 W talvez só para condomínios ou bairros bem tranquilos)
- Preço (R$ 3.800 a de 500 W e R$ 5.200 a de 1.000 W) nem é tão caro assim, mas poderia ser um pouco mais barato para incentivar mais essa alternativa de locomoção.
- Baterias tipo comum duram apenas entre dois e cinco anos, a troca pode custar cerca de 300 reais, nem é tão caro assim (mais barato do que as trocas de óleo de uma moto à gasolina), mas imaginem o sufoco quando perceber que está na hora de trocar: vai ter que empurrar até em casa!
- Cada vez que usar tem que colocar para carregar novamente, não pode esquecer sob risco de diminuir a vida útil da bateria a carga completa demora cerca de duas horas, dependendo do lugar que se vai não tem tomada fácil, se for mais do que 20 km da sua casa depois você não vai conseguir voltar.
Pontos fortes:
- Silêncio absoluto ao rodar: parece que você está flutuando, parece até mágica, impressionante mesmo!
- Inexistência de manutenção: não já partes a serem lubrificadas ou correntes, correias, que possam quebrar, apenas as lonas de freios devem ser revistas a cada 5.000 km e os pneus calibrados e trocados quando carecas. Dá menos manutenção do que uma bicicleta.
- IPVA reduzido (segundo o vendedor, gira em torno de R$ 50)
- Economia: uma carga completa custa R$ 0,45 em média, ou seja, cerca de um centavo por Km, uma Honda Biz por exemplo gasta R$ 0,07 (sete centavos) por quilômetro.
Talvex eu compre a de 1500 W de custar menos de R$ 6 mil e se a autonomia for melhorada para pelo menos 60 km.