Mais motos, menos mortes

Mirella Poyastro
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Em Porto Alegre, circulam 64.389 motos, de acordo com o Detran, e 34 jovens morreram em 2008 em acidentes com o veículo. A frota quase dobrou nos últimos cinco anos. Em 2003, rodavam na Capital 38.854 unidades. De janeiro a setembro deste ano, foram registrados 2.080 acidentes com motos nas ruas de Porto Alegre. Mesmo assim, houve menos mortes. Em 2007, foram 51 pessoas.
O Hospital de Pronto Socorro atendeu, de 1º de maio a 14 de outubro deste ano, 1.952 vítimas de acidentes com motos. Do total, 1.220 foram feridos em colisões no trânsito e 658 em quedas. O coordenador da Traumatologia do HPS, Luiz José Moura Alimena, afirma que a maioria são motoboys entre 20 e 30 anos. 'Sofrem fraturas graves na perna em 95% casos e 50% dos pacientes apresentam lesões multiplas.' Como as fraturas são graves e comprometem os ossos, a articulação e irrigação sangüinea da ossatura, 60% ficam com problemas para o resto da vida. 'A gravidade das lesões geram complicações como infecções que retardam ou impedem a consolidação da fratura, podendo ocasionar o encurtamento da perna', explica.
O uso do capacete tem evitado que o número de mortes aumentem. 'O motoqueiro se habituou a usar o capacete, assim como o motorista do carro usa o cinto de segurança', constata o comandante Rodoviário da BM, Silanus Mello. O presidente do Sindimotos/RS, Valter Ferreira, concorda que o uso do equipamento tem salvado vidas. 'O que falta são cursos de educação no trânsito para os profissionais', critica.
O diretor de Trânsito da EPTC, Sérgio Marinho, rebate, dizendo que os cursos para empresas que têm funcionários que usam a moto como veículo de trabalho ajudam a reduzir a violência no trânsito. 'Em comparação com o ano passado, os registros caíram', afirma, acrescentando que o número de acidentes sofreu queda de 12,30%, assim como o número de feridos (8,9%).