Melequina teve uma triste história. Vivia desde 1991 em uma casa de Praia no interior do RJ (São Pedro dAldeia), onde era usada nos fins de semana para ir ao comércio, praia, etc. (assim como a Jane). Após alguns anos, devido a problemas familiares, a casa de praia foi abandonada, e a pobre Melequina ficou esquecida por 7 anos. Neste período a casa foi invadida, pertences foram furtados, mas Melequina ficou lá jogada. Finalmente ela foi trazida para o Rio, ainda com placa amarela, anos de impostos atrasados. Infelizmente seu dono veio a falecer. Acabou sendo emprestada para um amigo, que era policial (e como sabem, policiais podem rodar com veículos sem documentos, placa, setas, etc). 50.000km rodados, Melequina voltou para seu dono. Semana passada ela foi arrematada por 900 reais em suaves prestações. Chegou até minha casa assim ....
Como sabem, mantenho minha cartela de vacinação anti-tétano sempre atualizada. Madruguei no sábado com a missão de fazer a pobre Melequina voltar a respirar.
Cerca de duas horas depois, uma lata de WD40 e um pouco de força bruta, e começa a surgir uma NX150 ano 91, na cor verde meleca:
Resto de gasolina velha jogado fora, um galão com 5 litros de gasolina recém-chegada do posto BR... óleo verificado (era uma pasta preta...)...
Grande dificuldade pra abrir o tanque... pior ainda pra fechar. Virar a chave na ignição, outra guerra. 7 anos em frente a praia sem cuidados não é pra qualquer um ... mas parece que a luz do neutro ameaça acender. Hora de dar um tranco com a terceira engatada...
E não é que ela funciona ? O motor ligou imediatamente, e já ficou em marcha-lenta, com o afogador puxado. Hora de lavar o motor com descarbonizante, trocar o óleo, descolar a corrente (a corrente virou uma linha de ferrugem), apertar todos os parafusos.
O chicote elétrico não existe mais... só de tentar mexer nos fios eles quebram... toda a parte elétrica terá que ser substituída.
Mesmo com um rolamento dianteiro destruído, um pino do pro-link estourado, pastilhas de freio no ferro, nada de setas ou farois, é hora de um pequeno teste na porta de casa:
E a Melequina vive !