Amigos, não ocntei para vocês, mas eu sou colunista de transportes no jornal local da minha cidade, Alumínio. A coluna se chama Mobilidade Urbana e ela está fazendo tanto sucesso que os vereadores daqui me chamaram para ajudar a elaborar um novo sistema de transporte coletivo para a região.

A coluna sai a cada dois Sábados, e hoje foi publicado a edição de hoje, no qual eu comecei a falar sobre as motos. Como o jornal não tem site, gostaria de mostrar para vocês a coluna que escrevi para hoje, que foi dividido em duas partes (a próxima será daqui a duas semanas, mas vou escrever hoje para botar aqui em primeira mão). Espero que gostem!



A MOTOCICLETA: UMA BOA OPÇÃO PARA DESLOCAMENTOS URBANOS – PARTE I



Hoje, em minha coluna, vou falar um pouco sobre um meio de transporte que está ganhando cada vez mais espaço na vida cotidiana dos brasileiros: a motocicleta, ou simplesmente, moto.

Com mais de 2.040.000 unidades produzidas em 2008, as motos estão invadindo as ruas de um país em que, até 15 anos atrás, este tipo de veículo era algo raro de ser ver. O crescimento da economia, a agravamento de problemas de tráfego nas ruas, o alto preço dos combustíveis e a agitação diária em uma cidade moderna são uns dos fatores que contribuem para o aumento na frota de motos em nossas cidades; Sorocaba, por exemplo, teve um incremento de quase 50% na frota de motos entre 2003 e 2008, passando de 24.000 para 45.000 veículos.

Entretanto, a moto (e o motociclista) ainda é vítima de diversos preconceitos que foram criados durantes as últimas décadas. Algumas pessoas dizem que moto polui muito mais que carro, outras dizem que moto é um veículo muito perigoso, outras afirmam que motociclista é bandido e não tem respeito, etc... Porém, estes mitos não são suficientes para anular as vantagens que a moto tem para o uso como transporte individual, razão das quais vão explicar todas elas a seguir.

Para começar, a moto não polui mais que o carro e ainda proporciona um deslocamento rápido, ágil e econômico. Uma conhecida revista sobre motociclismo fez, ano passado, um teste prático de 19 Km nas ruas de São Paulo usando um scooter (modelo de moto urbana com câmbio automático, como as conhecidas Suzuki Burgman e Yamaha Neo) e um automóvel flex. Os resultados foram os seguintes: o carro (usando álcool) levou cerca de 45 minutos para fazer o trajeto e consumiu 4,452 litros de álcool, sendo que o custo total do combustível no trajeto foi de R$ 6,19 (preço da época, R$ 1,39 o litro); já o scooter gastou cerca de 25 minutos e 820 ml de gasolina para fazer o mesmo trajeto, que custou R$ 1,98 (sendo R$ 2,42 o litro do combustível). Além disso, os automóveis emitem 185 g de CO² por quilômetro rodado e a moto emite 54 g de CO² por quilômetro, derrubando o mito de que moto polui mais que carro.

Assim, por estes valores, pode-se concluir que a moto é uma opção econômica e ecológica para pequenos deslocamentos urbanos, mesmo em cidades pequenas como Alumínio. Além disso, há também a vantagem de estacionamento fácil e a presença de bagageiros para transportar pequenas compras em algumas motos como a Honda Biz e os scooters.

Ao contrário do que se diz popularmente, a moto não é um veículo perigoso. O que faz um veículo ser perigoso é o motorista e suas atitudes, que muitas vezes pode prejudicar a si mesmo e a outros que estejam ao seu redor. Andar de moto requer uma certa atenção extra, mas pode ser tão seguro quanto um carro, desde que se use os equipamentos de segurança recomendados.

Na próxima edição desta coluna, irei falar um pouco mais sobre as vantagens das motos sobre os carros e algumas propostas para tornar mais segura o tráfego de veículos de duas rodas em Alumínio.


Rodrigo Alves de Paula
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