Jornal: Hoje Em Dia - 09/01/06

Decreto proíbe nu completo em ato sexual

CAIRO - Um decreto (fatwa), que proíbe cônjuges de se despirem completamente durante o ato sexual, gerou uma grande polêmica entre os doutores egípcios da lei islâmica, a 'charia'. “Estar completamente nu durante o ato sexual invalida o casamento", sentenciou em um decreto religioso o xeque Rashar Hasán Jalil, ex-reitor da faculdade de Charia da Universidade de Al Azhar, a mais célebre do islã sunita.
Sua opinião desatou uma grande controvérsia entre os teólogos na rede de televisão por satélite “Dream" e em artigos do jornal independente Al-Masry Al-Yom. O chefe do comitê de fatwas da Al Azhar, Abdullah Megawer, considera que os esposos podem se olhar quando estão nus, mas desde que evitem a visão dos órgãos sexuais. Por isso, lhes recomenda que façam amor cobertos por uma manta, lençol etc.
Sem ser tão radical como o xeque Hasán Jalil, a diretora do departamento feminino dos estudos islâmicos em Al Azhar, Soad Saleh, afirmou para a “Dream" que não é proibido ficar completamente nu e o ato também não invalida o matrimônio, mas os cônjuges devem evitar tirar toda a roupa conforme os bons modos e pelo exemplo do Profeta. Apesar do enfoque moralista, Saleh afirma ser partidária de tudo que cerca e faça os cônjuges se amarem.