Os mesmos reajustes dos combustíveis que estimulam a troca de veículo por modelos que consomem menos, aceleram o mercado de motocicletas. As vendas não param de crescer. Somente no primeiro trimestre deste ano, 299.825 motocicletas zero quilômetro entraram em circulação no país – volume 34,08% superior aos três primeiros meses de 2005 –, segundo balanço da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas).
Como base de comparação, as vendas de automóveis e comerciais leves (pick-ups, utilitários e caminhonetes) nesse mesmo período avançou 13,5% – passou de 348,4 mil unidades no ano passado para 395,4 mil no acumulado dos três primeiros meses deste ano, de acordo com o levantamento da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
A explicação para esse crescimento do mercado de duas rodas está no bolso. O consumo médio de uma moto 125 cilindradas (que responde por quase 90% do mercado) é de 35 quilômetros por litro de gasolina. Em alguns modelos – caso da Honda Biz, Yamaha Neo ou Sundown Web, por exemplo – a autonomia pode chegar a 50 quilômetros por litro.
Para entender essa economia, basta comparar o consumo de uma motocicleta com o de um carro. Se um veículo 1.0 bebe um litro de gasolina a cada 13 quilômetros (na melhor das hipóteses), e uma moto gasta a mesma quantidade de combustível em 50 quilômetros, o condutor desembolsará 74% menos dinheiro na hora de abastecer. Ou seja, num percurso de 300 km, o veículo de quatro rodas demanda R$ 57 (com a gasolina a R$ 2,50) enquanto a moto precisará de apenas R$ 15 de gasolina.
O gerente da concessionária Honda Monte Leone, em São Caetano, Mauro José, endossa os números divulgados pelas associações que representam fabricantes e revendedores de motos. “As vendas estão excelentes. Em nosso caso, a comercialização cresceu desde o início do ano mais de 30%, índice próximo aos que estão sendo divulgados na média do país”, diz o gerente.
Já o proprietário da Multimarcas Motos, de São Bernardo, Gilmar Costa, afirma que de janeiro a março de 2006 as vendas dobraram no confronto ao primeiro trimestre de 2005. “Depois que o álcool e a gasolina dispararam, a loja vende moto que nem água. Antes, vendíamos duas motocicletas, em média, por dia. Hoje, vendemos de quatro a cinco, entre novas e usadas”, garante Costa.
Perfil – Quem acredita que motocicleta é condução apenas de motoboy se engana. Segundo empresários do setor, jovens e mulheres são os perfis de consumidores que mais crescem nas revendas. No caso do público feminino, o alvo são motos de baixa cilindrada ou scooters (sem marcha). Já os homens dão preferência para motos maiores, acima de 125 cilindradas.
“Apesar da maioria dos clientes ainda buscarem na motocicleta uma alternativa de trabalho, muita gente começa a aderir ao veículo de duas rodas em função da grande economia de combustível e do baixo investimento na aquisição, quando comparado a um carro”, avalia Mauro José, da Honda Monte Leone. “Além disso, quem tinha receio de ter a moto roubada, agora conta com a possibilidade de seguro. Antes, isso não existia”, completa o gerente.
Fonte Diário Online
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