Vez por outra tento, disse tento, trocar minha moto e observei que temos já há algum tempo uma prática comercial muito interessante, silenciosa, rasteira, e quase popular.
Na passagem por sites de venda, jornais e outras publicações especializadas, já não são difíceis em se encontrar anúncios de veículos com preços bem baixos e com condições bem especiais, aparentemente “grandes oportunidades”.
Buscando maiores detalhes podemos constatar :
1.Veículos vendidos com o valor de multas chegando a ser até superior ao próprio valor do bem.
2.Veículos vendidos com documentos porem não em nome do vendedor, e cabendo ao comprador buscar “formas” de passar a documentação em seu nome.
3.Veículos sem nenhum documento, e até com a informação pelo vendedor em não se emitir recibos.
4.Veículos vendidos com placas porem somente com as famosas notas de leilão.
Tudo isso aparentemente inofensivo e atualmente bem comum, porem gerando problemas a curto e médio prazo que fatalmente porá em cheque todo o modelo comercial veicular existente.
A partir do momento em que se menospreza o sistema comprobatório da propriedade, toda uma situação é gerada e suas complicações aguçadas.
Tente imaginar um circulo vicioso se formando com o inicio na compra de veículos em leilão, compra de veículos roubados, venda de peças de modo ilegal, e assim por diante.
A situação socioeconômica no país realmente não está exemplar e em muitos casos somos impelidos a procurar preços competitivos e assim, a causa gera o efeito, compramos o preço e não conseguimos enxergar que estamos fomentando a criminalidade.
Reclamamos contundentemente sobre os altos valores dos seguros, e pelos altos preços praticados pelo setor de auto / moto peças, agradecendo a Deus aquele “desmanche” amigo da esquina, ou aquela lojinha de peças usadas e/ou “recuperadas” da região.
Estamos tapando o sol com a peneira; o próximo veiculo a ser roubado poderá ser o nosso, toda e qualquer multa que não pagamos e deixamos acumular irá fazer com que as correções futuras da carga tributaria seja majorada, as peças ou partes adquiridas de forma irregular irá gerar uma redução no recolhimento de impostos lesando a nação na figura de seus contribuintes.
Só apontar não basta; faz-se necessário apresentar algum tipo de solução, e no meu entendimento as autoridades deveriam vincular os ônus gerados em um veiculo ao CPF do proprietário e não ao veiculo, como é feito hoje.
Quando se for fazer um leilão de veículos apreendidos, e já se tendo o ônus anterior agregado ao CPF do antigo proprietário, o novo comprador teria o referido veiculo com um novo RENAVAN de ficha limpa, podendo documentá-lo sem problemas.
Tenho plena noção que não teríamos o fim de praticas ilícitas porem acredito que assim haveria uma redução considerável.
Fora isso, a população teria uma maneira honesta para adquirir veículos usados a um custo baixo ...