Como a matéria é nova vou colocar apena algumas partes do texto em respeito ao editor. (quem quizer saber mais compre a revista)
Embora esteja no mercado a mais de 1 ano, a Kasinski Comet 250 ainda surprende a muitos, de leigos a motociclistas tarimbados. As dimenções e o peso são de moto grande, mas o preço e o desempenho são de uma pequena/média. A idéia é interesante, pois quem não faz questão da performance extraordinária das esportivas atuais, mas quer manter um certo status tem nesta Kasinski uma opção, Não por acaso, o motor V2 é grandalão e, estratégicamente seus 250cc não são lembradosem nenhum lugar pelo discreto grafismo. O tanque, aliás, merece um parágrafo à parte: à primeira vista parece tratar de um enorme reservatório de mais de 20 litros, mas na realidade ele comporta 17 litros. Isto ocorre porque há um grande vão interno, a fim de abrigar o filtro de ar que paira sobre os dois carburadores mikuni horizontais. Outra peça chave é o quadro perimetral. Embora a cor e o perfil sugiram que seja de alumínio, na verdade ele é de aço - muito bem-acabado, por sinal, aumentando o efeito ilusionista.
A suspensão dianteira igualmente implica ares de moto grande. Invertida e com a parte externa formada por grandes cilindros dourados, tem tubos internos terminado em ponteira de alumínio que, além de fixar o aixo, têm prolongamentos que servem de apoio para duas pinças de freio. Isso mesmo, há suportes para duas pinças de freio, mas apenas uma equipa a Comet 250: isto porque esta frente é semelhante àquela da Comet 650, esta sim dotada de duplo freio, além da regulagem da suspensão (inexistente na irmã menor).
Outro detalhe de "gente grande" é a rabeta (equipada com banco individual para o garupa), que também faz as vezes de apoio para o piloto. Alta, larga e terminando numa lanterna de belo design, rivaliza na parte traseira com o pneuzão 150/70, esportivo e montado num aro igualmente chamativo. Ali ao lado reina a ponteira cromada do escapamento 2x1 preto-fosco, um conjunto bastante esportivo.
Voltando para frente, ali sim encontramos alguns detalhes que depõem contra o estilo da Comet. Começandode cima, vemos um painel bastante acanhado, que mais se parece com equipamentos de motos básicas chinesas. É até razoavelmente equipado - tem dois hodômetros, velocímetro e conta-giros analógicos, além de um marcador de gasolina e luz espia-, mas seu desempenho definitivamente não combina com a moto, que em geral apresenta um ótimo acabamento. Proseguindo pela parte de baixo, salta aos olhos o fato de a roda ter ficado tão pequena diante de uma frente tão volumosa, além de ter um exagerado vão separando-a da mesa inferior.
Estilo a moto tem, mas como ela anda? A Comet tem 170kg em ordem de marcha, que achamos axagerados para uma moto de 1/4 de litro - isto sacrifica parte do desempenho e da economia que seria de esperar de uma 250 de 8 válvulas. Manabros de garagem também ficam um pouco mais complicadas, pois além do peso a moto a moto é bastante volumosa, larga e longa. Todavia uma vez posta em movimento naturalmente o seu peso "some", e aí o que se nota são boas acelerações, uma velocidade real de 134km/h ( a carburação estava dando faltaem diversas rotações) e um comportamento agradável na estrada. Com garupa e bagagem a situação pode se complicar um pouco nas subidas, pois nesta situação o peso total passará dos 300kg. Se a Comet não apresenta um desempenho de moto grande, na hora de frear asituação é bem outra. A máquina é pesada, "grudada" no chão, tem freios poderosos e excelentes pneus: o resultado são frenagens consistentes, ao estilo das melhores esportivas. Também, na frente há um discão flutuante de 300mm, em conjunto com uma pinça também flutuante de 2 pistões. Atrás o disco é menor 230mm, mas da conta do recado.
Como toda esportiva, conforto não é um ponto alto da Comet. É preciso inclinar o tronco a frente para alcançar o guidão baixo, e recuar os pés a fim de alcançar as boas pedaleiras dobráveis. A gordurinha extra da moto e os controversos pesos instalados nas extremidades do guidão complicam a vida no trânsito, a exemplo os retrovisores, pequenos e com lentes não convexas. Outro ítem que não ajuda é o lampejador de farol, mal posicionado, destoando dos demais comandos do sistema elétrico, razoavelmente ergonômicos e funcionais. Imperdoável é a potência de apenas 35W do farol.
O que pode incomodar mesmo é a dureza das suspensões. Nas "maravilhosas" ruas paulistanas a moto apresentou um comportamento bastante aspero, além de exibir uma certa tendência ao kick back, exigindo cautela extra. Com suspensões duras, um quadro firme e os bons pneus Pirelli MT75, pode-se entrar forte nas curvas, com segurança - claro, desde que o asfalto impecavelmente liso.